Em São Paulo, a violência urbana fez hoje novas vítimas entre os cidadãos honestos. A diretora de uma escola foi assassinada. Só nos dois primeiros meses do ano quase duas mil pessoas perderam a vida assim. Silêncio na escola da zona leste da capital. Em vez de aulas, um dia de luto. A diretora Edy Greenfield foi assassinada quando saia do trabalho ontem à noite, a 30 metros do portão principal da escola. Nada foi levado. Para a polícia, o crime foi por vingança. O principal suspeito é um homem que a diretora tinha denunciado por roubar material da escola. "É uma morte muito chocante, muito violenta. Ninguém até agora consegue acreditar que isso aconteceu", comentou o vigia da escola, Claudinei Rodrigues.
Os números da Secretaria de Segurança indicam uma queda de 11 pontos percentuais nos homicídios. Mesmo assim, morre muita gente assassinada em São Paulo: quase dois mil entre janeiro e fevereiro deste ano. Nos três primeiros meses de 2002 aconteceram 98 seqüestros no estado. No ano passado: 307, quase um por dia. Os seqüestros ainda são o principal desafio da polícia paulista. Só neste ano, cem seqüestradores foram presos. Mas este tipo de crime não diminuiu. Neste momento, há nove pessoas em cativeiro em São Paulo. Os seqüestros, que até pouco tempo eram prática de quadrilhas especializadas, hoje são cometidos por bandidos cada vez mais jovens. As fotos são de uma quadrilha acusada de pelo menos 15 seqüestros. O chefe André de Souza morreu ontem aos 21 anos.
O policial ferido no pescoço conta que foi recebido a tiros quando deu a ordem de prisão. "Pra eles matar um policial é mérito. Já entram na cadeia com status de um bom bandido e a gente acaba cada vez mais exposto ao confronto", conta o investigador Wagner de Souza.
Editorial:
A violência urbana está crescendo cada vez mais e já chega a atingir as salas de aula. Em São Paulo a diretora que foi assassinada por vingança só retrata mais uma história de um Brasil que se mostra cada vez mais injusto.
Já é hora da população aprender que a vingança não leva a nada e dos governantes começarem a pensar naqueles que os colocam no poder. É hora das pessoas acordarem para o que vem acontecendo no mundo, para que casos como esses não voltem a acontecer.
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